Evento da Amcham Bahia discute inteligência artificial no varejo
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O número de microempreendedores individuais (MEIs) teve um aumento de 18,8% na Bahia de 2020 para 2021. Em abril do ano passado, eram 540.934 registros e, em abril deste ano, 642.540. Os dados são do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Segundo especialistas, esse crescimento está diretamente conectado ao mundo digital, que vem facilitando a vida de muitos empreendedores e impulsionando seus negócios. Uma pesquisa feita pelo Sebrae em maio deste ano apontou que 87,55% dos empresários baianos pretendem permanecer ou iniciar a comercialização dos seus produtos através dos meios digitais.
Ainda de acordo com a pesquisa, daqueles que já estão vendendo online, 61,41% afirmam usar a ferramenta WhatsApp Business, enquanto 48,96% usam redes sociais, como o Instagram. Segundo a diretora de operações do aplicativo na América Latina, Adriana Grineberg, o Instagram atua como um grande canal de conexão entre marcas e consumidores, quebrando a barreira física que, especialmente durante a pandemia, tem se mostrado bastante limitante.
“As diversas ferramentas da plataforma, como stories, IGTV, reels e outras, permitem que os negócios possam continuar conectados com os clientes e aproveitar as datas comerciais para alcançar novos públicos potenciais. Estamos comprometidos em continuar apoiando negócios de todos os tamanhos a seguirem em frente e embarcarem nesse processo de digitalização tão essencial para o momento”, afirma a diretora de operações.
A loja Prata Salvador é uma das novas apostas online que surgiram com a pandemia, entre fevereiro e março de 2020. Através do perfil no Instagram e da conta no WhatsApp, as sócias Letícia e Vanessa vendem acessórios de prata para todo o Brasil, se dividindo entre a parte administrativa/financeira e divulgação/vendas. Para elas, a loja física também não foi vista como vantagem.
“Priorizamos trabalhar de forma online por conta das vantagens que a internet nos oferece e também por um pouco de receio diante daquele começo de pandemia que já se mostrava preocupante. A gente acreditava que não era o momento de passar por uma exposição maior e investir em uma estrutura física”, explica Letícia Nacarini, de 32 anos.
Letícia e Vanessa utilizam o Instagram e o WhatsApp e estão agora investindo em um site. “O Instagram sempre foi a nossa vitrine, um espaço democrático onde compartilhamos nossos gostos, ideias, produtos, pensamentos e identidade. Hoje, conseguimos alcançar pessoas em todos os cantos do mundo graças aos benefícios da internet. Quando atendemos clientes de outros estados, por exemplo, sem dúvida, é consequência dessa rede de comunicação virtual e gera uma alegria enorme pra gente. Com certeza vamos explorar cada vez mais esse universo online”, ressalta Letícia.
Mas, assim como em qualquer negócio, os desafios bateram à porta virtual da Prata Salvador. Mesmo com o domínio das ferramentas do aplicativo, passar a utilizá-las para um negócio foi uma mudança que exigiu adaptações. “A internet é muito dinâmica. Não é tão difícil assim ficar desatualizado em pouco tempo. Então fomos estudar as redes sociais e buscar informações. E seguimos fazendo isso”, diz a sócia Vanessa Malvar, de 34 anos.
Além das dificuldades de lidar com as exigências do aplicativo, uma loja virtual também demanda tempo e disponibilidade. “Temos que ter uma frequência de postagens, atender todos os clientes em tempo hábil e criar um canal de comunicação direta para maior facilidade. Aos poucos, estamos descobrindo novas formas de fazer mais e melhor. Isso requer bastante tempo e estudo, mas estamos aí pra isso”, acrescenta Vanessa.
A loja online @vistoqueverso também teve início em 2020 e se mantém 100% online. Formada pelo casal Gabriel e Renata em novembro do ano passado, ela oferta camisas com frases bordadas. O processo de divulgação e venda da Visto que Verso é feito exclusivamente pelo Instagram e pelo WhatsApp Business. Hoje, o perfil da loja tem mais de 5 mil seguidores e o casal já chegou a marca de 60 encomendas na época do Natal, enviando camisas também para outros estados do país.
“Desde o início, já fomos com foco no Instagram, não consideramos local físico porque exigiria um investimento muito grande. O Instagram é uma forma simples, prática e que muita gente está usando. Tem muita loja surgindo, de um monte de coisa, como roupa, acessórios, comida. A gente foi vendo isso e pensando que era uma coisa que estava dando certo para um monte de gente, então poderia dar certo para a gente também”, conta Renata Marchi, de 22 anos.
O processo de crescimento da loja, porém, não foi tão simples e exige, até hoje, pesquisa e dedicação. Renata e Gabriel começaram a divulgação do perfil entre os amigos e, depois, fizeram parcerias com outras páginas com propostas parecidas com a deles e também realizaram sorteios. Segundo Renata, essas estratégias foram fundamentais para o crescimento do número de seguidores. Mas o trabalho não parou por aí.
“Fizemos alguns cursos básicos de e-commerce para aprender a como gerenciar essas redes e como conseguir mais clientes. O Instagram é cheio de regras, tem o algoritmo, são muitos detalhes. Aí fomos aprendendo também com a prática. Começamos com posts de forma forma, aí vimos que não deu muito certo e mudamos. Quando algo tem muita curtida, comentário, divulgação, a gente já vê que aquilo funciona e aí passa a usar mais”, diz.
A Confeitaria Sirley Lemos não nasceu no Instagram, mas as vendas foram impulsionadas a partir da criação do perfil @sirleylemosconfeitaria no aplicativo, no primeiro semestre de 2020. Sirley, de 52 anos, começou fazendo bolos de aniversário a partir de pedidos de amigos e familiares em datas especiais, mas a situação financeira apertou e ela precisou complementar a renda. A confeitaria foi ganhando forma aos poucos, até que Verônica, prima de Sirley, teve a ideia de divulgar o negócio através do aplicativo. Hoje, a confeitaria recebe uma média de 30 encomendas por semana.
“Ela não é especialista, mas entende dessas coisas e quis ajudar. Aí ela montou uma logo, criou a conta e até já conseguiu logo seguidores. Foi ótimo! Foi a partir disso que o negócio impulsionou mesmo. Eu coloquei um link na bio que vai direto para o meu WhatsApp e é por lá que tenho o contato com os clientes”, diz Sirley.
A empreendedora diz que tinha receio da exposição e também de como iria administrar a página, mas, com a ajuda da filha de 14 anos, ela vem superando os obstáculos do mundo digital. “Na minha idade, esse lado tecnológico ainda é um pouco complicado, então ela é que está por dentro de tudo. Aí a gente faz os stories e ela diz quais são as melhores músicas para inserir, qual o melhor horário para postar. Agora a moda é o reels, então ela já disse que precisamos fazer um. Também já me disse que eu preciso aparecer mais nas publicações porque as pessoas gostam disso, então já estamos pensando nisso”, conta.
Via: Correio
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