Nonada SSA apresenta duas mostras artísticas: Régua e Compasso e Montagem
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O Baiana e o Navio Pirata recebem ao longo do percurso, entre Ondina e Barra, as participações de Luedji Luna, Vandal, BNegão, do cabo-verdiano Dino D'Santiago e do DJ e produtor português Branko, conhecido como parte do Buraka Som Sistema.
"Esse Carnaval precisa de uma expressão: a expressão que eu quero usar é 'toda fé, toda paz'. Porque quando eu falo paz eu digo a minha, mas eu quero respeitar a sua, quando eu digo fé, eu quero toda, então esse é um código muito importante para a gente sair para as ruas", diz Russo Passapusso, vocalista do coletivo. "É o Carnaval de 15 anos de Baiana e com isso vem com um grande significado pra gente, é um Carnaval que é pós-pandemia, pós uma série de coisas que a gente vem tentando fazer ali na avenida, falando de paz, de amor, o grito que Russo puxa de 'É só amor'. Por isso a gente está chamando esse Carnaval de 'Batukerê: Toda Fé, Toda Paz'", completa o guitarrista Roberto Barreto.
O Carnaval deste ano marca também os 10 anos do Navio Pirata, trio do Baiana. "O Navio Pirata é algo que transformou um pensamento, mostrou outros caminhos, correu numa contramão. Por isso a ideia de pirataria do que foi estruturado como indústria do axé, do mercado, da ocupação das ruas, com um trio menor, mais próximo do público, na contramão do que é o circuito, que não é pensado e não é produzido pelos grandes grupos que formavam esse Carnaval. Esses 15 anos de Baiana se misturam com isso. Sempre tivemos muito forte a coisa do Carnaval e da circulação fora do Brasil nos outros períodos. Fazer esse intercâmbio entre o que a gente tem, por morarmos em Salvador, falarmos da música daqui, mas de olho no que está acontecendo nos outros lugares", afirma Roberto.
Este verão, que marca os 50 anos dos blocos afro com o surgimento do Ilê Aiyê, é mais um marco cronológico de fundamental importância dessa manifestação. Seguindo essa rota, o grupo passou pelos ensaios de verão celebrando e absorvendo as raízes da música baiana, em uma imersão pré-Carnaval. "O Baiana participou de muitos ensaios com os grandes mestres, os grandes blocos afro, como Ilê Aiyê, como Olodum, como Cortejo Afro, como Afoxé Filhos de Gandhy, também participando com Gerônimo Santana, Armandinho, Dodô e Osmar, fazendo uma junção de coisas aí, de universos muitas vezes antagônicos em muitos momentos da história e muitas vezes complementares entre o universo do trio elétrico, do eletrônico, dos blocos afros e dos batuques. Então é um ano com muitas representações no Carnaval, que vem com toda essa força. Mas acima de tudo esse pedido por tudo que a gente passou e que vem acontecendo no mundo. Batukerê fala disso", diz Roberto.
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